12 novembro 2007

Acordo Ortográfico Português

Acabei de ter uma discussão intelectual de nível elevadíssimo com o Joka. O mais surpreendente, é que o fizemos em pleno horário de trabalho, enquanto o Joka impedia que a Rússia nos cortasse o gás e eu que toda a Europa tivesse comida segura no prato.

Sob o muy importante tema da Lusofonia, provocada pela exposição ainda patente no Berlaymond, e sobre a qual temos opiniões bem diferentes.

O Joka afirma, com os dentes cerrados (o que me dificulta a compreensão): "o que querias por na exposição fotografia lusofonia? um pouco de tudo?? é o que lá está!! nem positivo nem negativo, apenas um pouco tudo, mau, bom e indiferente. E assim permanece a lusofonia".

Eu, por meu lado, digo que a exposição está enviesada, só retrata um lado das pessoas que representam a lusofonia, como as fotos de Cabo-Verde comprovam. Com cidades tão vibrantes como o Mindelo, só fotografam velhos no deserto? enfim...

E daqui passamos para um tema ainda mais elevado! O facto, ou deveria dizer o "fato", é que o Acordo Ortográfico, já com 14 anos de idade, está prestes a entrar em vigor! Meus caros, acabou-se o "baptismo". De hoje em diante, vão "batizar" os vossos filhos (já temo as perguntas: "Pai, porque é que foste batizado com um "p" e eu não???!").

Quando virmos um assalto, vamos ser mais rápidos a reagir, porque apenas passaremos à "ação", sempre poupamos um nanossegundo! Do mesmo modo, o tempo não estará "humido", mas sim "umido". O Joka diz pergunta: "porque não és a favor de pharmácia ou ignês?".

Respondi simplesmente que achava "otimo" que a conseguíssemos a unidade linguística, mas à custa das suas raízes? classifiquei tal coisa de "vendendo-a à vocalidade bárbara".

O Joka anuiu que "de "fato" , "ato" é muito mau!!". Tem razão. Vamos alterar 1,6% do nosso vocabulário, os Brasileiros vão alterar 0,45%. Pelo menos já não vão errar tão freqüentemente, como diziam. Inventámos a língua e agora temos de ceder uma boa parte dela.

Mas tem de ser e vai valer a pena. Pela primeira vez na nossa história, a Lusofonia vai partilhar a mesma língua realmente. A única língua presente em todos os continentes, e vamos conseguir mais expressão nas instâncias internacionais.

Spiff.

6 comentários:

Anónimo disse...

Ai Jizuix! Extaix a brincaire que nóx portuguesex poderosox que vivemux da exmola da UE a maix de vinte anux vamux ter de excreveire como aquelex barbarux brasileirux! Pelux bigodex de noxa xenhoira de Fátima, ixu é abxurdu!!!

João B. Amado disse...

esse joka é o maior e tem sempre razão.

ass. Joka

Anónimo disse...

Isso queria ele! obviamente fiquei a milhas da argumentação dele! (admito que omiti um palavrão na minha discussão).

Spiff

Anónimo disse...

Uma correcção: disse "enquanto o Joka impedia que a Rússia nos cortasse o gás e eu que toda a Europa tivesse comida segura no prato".

Ao contrário do que possa parecer, eu estou a tentar que a Europa tenha comida segura no prato, e não o contrário.

Preciso de um Acordo Ortográfico.

Spiff.

Anónimo disse...

Bem, tivemos um comentário ilustre de alguém de fora do Blog! Cara Maria Bigoduda:

Só se esqueceu de talvez mencionar três coisas (as outras não merecem muita resposta).

Primeiro: foi o seu governo, que foi democraticamente eleito, que pretende rectificar o acordo ortográfico.

Segundo: com uma língua portuguesa uniformizada, todos os países da CPLP conseguirão mais influência, pois, pela primeira vez, em instâncias como a ONU, se poderá tornar língua de trabalho. Suponho que se o Brasil se pretende tornar membro do Conselho de Segurança isso seja um benefício.

Terceiro, e último: uma língua é como um organismo vivo. Evolui, sofre alterações, influências, difere em sotaques e dialectos. Não é certamente uma função do Estado, como diz no seu blog, proclamar tal ou tal língua como oficial ou renomeá-la. Uma coisa é estabelecer uma ortografia oficial, outra coisa é pretender controlar algo que é inerentemente espontâneo e mutável.

É de uma terrível arrogância pretender que cabe ao Estado estabelecer tais coisas, que cabe ao Estado decidir que língua ou não falam os seus cidadãos.

Curiosamente, no tom em que falou no seu comentário tão eloquente, aproximou-se do Galego, que é reconhecido como um dialecto do Português. O "Brasileiro", por seu turno, não passa de um sotaque. Basta consultar um linguista.

Espero a sua resposta,

(P.S.: no Brasil o fato de ser Católico também é um imposição colonialista? Ou são todos da YURD? ou andam todos de tanguinha na rua? deve conseguir melhor que isso...)

Spiff.

João B. Amado disse...

Cara Maria Bigoduda,

Depois de ler o seu blog, nem me apetecia responder, mas lá terá que ser... Os seus nacionalismos chegam quase ao mesmo extremo que ao mesmo tempo critica. Se eu quero escrever a palavra "facto" com "c" é mesmo para seguir a sua estrutura latina de "factum" e ao mesmo tempo para não confundir com fato macaco ou afins. E se quiser comparar os nossos dois países irmão, faça-o de forma respeitosa como assim deverá ser, pois fico bastante feliz por saber que você faz parte de uma minoria. Quanto ao acordo literário o Spiff já falou e muito bem. Para acabar, a sua ironia, sarcasmo e infantilidade na maneira como escreveu o post só nos dão razão, mas sinceramente isso nem interessa. Cumprimentos e saravá ( será que esta entra no acordo, era bom para fazer mais rimas no fado)

E tenho dito...

Joka Serpentina